01 November 2011

PROCESSOS PARA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS

A realção das formas em como se podem extrair das plantas o extracto que seá usado no tratamento da saúde é muito extensa e abrangente. São estas: Infusão, Decoccção, Maceração, Tintura, Contusão, Filtração, Tisanas, Torrefacção, Vinhos Medicinais, Banho, Cataplasma, Compressas, Inalação, Gargarejo, Sumos e Xapores.

Vejam como devem fazer um a um:


1. INFUSÃO - Neste processo, a substância é colocada numa vasilha, que depois recebe a água a ferver e é tapada. Depois de descansar por um determinado tempo, basta coar esta mistura. O tempo de infusão varia entre os 10 a 15 minutos (para folhas ou flores) até várias horas (no caso de raízes).



2. DECOCÇÃO - Isto significa a fervura da substância para dissolvê-la na acção prelongada da água e do calor. Utilizada, sobretudo, no caso de sementes de cereais, a decocção pode ser leve ou branda, carregada ou concentrada, conforme a sua duração e stauração do líquido. Basta colocar as ervas numa vasilha com água e leve-as ao fogo. Deixe ferver durante uns 10 a 20 minutos. Utilize raízes, rizomas, madeira, caules, cascas ou sementes. São estas as partes mais duras que devem ser picadas e deixadas em água durante a noite, antes da decoccção.


3. MACERAÇÃO - Neste processo, a substância vegetal é deixada em contacto em contacto ambiente. Embora lenta, a maceração é um método excelente para obter o princípio activo. Os veículos mais empregados são a água, o álcool e o vinho (ou vinagre). Coloque as ervas de molho entre 8 até 24 horas, em liquidos na temperatura ambiente: água (tisana ou engarrafada), vinho, aguardente ou mistura de água e álcool de cereais. As partes mais duras ficam mais tempo no líquido. Aqui, os minerais e vitaminas são mais aproveitados. Não são expelidos pelo vapor como nos processos anteriores.


4. TINTURA - É o álcool ou éter impregnado do príncipio activo. A preparação de tinturas a partir da substâncias vegetais é um processo minucioso e delicado, que utiliza plantas secas e éter ou álcool de pureza absoluta. Depois de filtrada, as tinturas conservam o seu poder por muitos anos e são usadas puras ou diluídas, interna ou externamente. Utilize de 25 a 80% de ervas complementadas com álcool de cereais com maior ou menor graduação. Use o álcool também conforme a planta. Algumas libertam as suas propriedades com mais facilidade que outras.





5. CONTUSÃO - Neste processo deve-se colocar a substância num recipiente conhecido como PILÃO (O pilão é um utensílio culinário essencial na cozinha africana, com as mesmas funções de um almofariz), e batê-la em seguida, até ao ponto de virar pó ou pasta.






6. FILTRAÇÃO - Utilizada para retirar partículas em suspensão de líquidos, como tisanas, sumos, tinturas. É feita com a ajuda de um cone de papel de filtro colocado dentro de um funil. Pode-se, também, coar o líquido através de um tecido de algodão, lã ou até de feltro.



7. TISANAS - Nome genérico dado às soluções, macerações, infusões e decocções preparadas com ervas. Quando a elas se agregam xaropes, tinturas, extractos ou outros ingredientes, as tisanas são chamadas de POÇÕES.








8. TORREFAÇÃO - Esta operação tem dois objectivos: retirar a água de certas substâncias e submetê-las a um principio de decomposição que modifica algumas das suas propriedades.




9. VINHOS MEDICINAIS - São preparados que resultam da acção dissolvente do vinho sobre substâncias vegetais. O vinho utilizado deve ser puro, com alto teror alcóolico: tinto para dissolver principios tónicos ou adstringentes e branco quando se deseja obter um produto diurético. O método é simples: molha-se em álcool as ervas picadas e macera-se em vinho durante alguns dias. Depois de filtrado, o produto deve ser conservado num local arejado.



10. BANHO - Faz-se uma infusão ou decoccção mais concentrada que deve ser coada e misturada na água do banho. Outra maneira indicada é colocar as ervas num saco de pano firme e deixar boiar na água do banho. Os banhos podem ser parciais ou de corpo inteiro, e são normalmente indicados uma vez por dia.

11. CATAPLASMA - É um preparado composto de pó de substâncias (obtido por decoccção ou infusão) diluído até formar uma pasta mole. Excelentes remédios de uso externo, os cataplasmas podem ser aplicados quentes ou mornos. E são obtidos de diversas formas:
a) Amassar as ervas fescas e bem limpas, aplicando directamente sobre a parte afectada ou envolvidas num pano fino ou gaze.
b) As ervas secas podem ser reduzidas a pó, misturadas em água, chás ou outras preparações e aplicadas envoltas em pano fino sobre as partes afectadas.
C) Pode-se ainda utilizar farinha de mandioca ou de milho e água, geralmente quente, com a planta fresca ou seca triturada.

12. COMPRESSA - É uma preparação de uso local que actua pela penetração dos princípios activos através da pele. Utilizam-se panos, chumaços de algodão ou gaze embebidos em infusão concentrado, decocto, sumo ou tintura da planta dissolvida em água. A compressa pode ser quente ou fria. Uma outra forma, é molhar a ponta de uma toalha e colocar no local afectado com a outra ponta da toalha seca para conservar o calor.


13. INALAÇÃO - Esta preparação utiliza a combinação do vapor de água quente com aromas de substâncias voláteis das plantas aromáticas. É normalmente recomendado para problemas do aparelho respiratório. Para isso devem colocar a erva a ser usada numa vasilha com água a ferver na proporção de uma colher de sopa de erva fresca em 1/2 litro de água. Aspirar lentamente (contar até três durante a inspiração e até três para expelir o ar), prosseguindo assim ritmicamente por 15 minutos. No caso das crianças deve-se ter muito cuidado, pois poderá haver riscos de queimaduras, pela água quente e pelo vapor, por isso recomenda-se o uso de equipamentos eléctricos especiais para esses fins.

14. GARGAREJO - Usado para combater infecções de garganta, amigdalite emau hálito. Faz-se uma infusão concentrada e gargareja-se quantas vezes for necessário, com: sálvia (mau hálito), tancharagem, malva e romã (amigdalite e infecções da boca).



15. SUMOS - Obtém-se espremendo o fruto e ao triturar uma planta medicinal fresca num pilão ou em liquidificadores e centrifugadoras. Quando a planta possui pequenas quantidades de liquido deve-se acrescentar água e triturar novamente após uma hora de repouso. Assim como as preparações anteriores, esta também deve ser feita no momento do seu uso.




16. XAROPE - Os xaropes são utilizados normalmente no caso de tosses, dores de garganta e bronquites. Na sua preparação, faz-se inicialmente uma calda com açucar cristal da proporção de até duas partes para cada uma de água, em volume, por exemplo, de até duas chávenas de açucar. A mistura é levada ao fogo e, em poucos minutos há completa dissolu~ção e a calda está pronta, com maior ou menor consistência, conforme o desejado. e então é adicionado as plantas preferencialmente frescas e picadas, coloca-se em fogo baixo e mexe-se por 3 a 5 minutos. No final o xarope é coado e guardado em frascos de vidro. Se for desejado a adicção de mel ou em substituição do açucar, não se deve aquecer, neste caso, adiciona-se apenas o sumo da planta ou a decocção ou infusão frios. A quantidade de plantas a ser adicionada em cada xarope é variável segundo a espécie vegetal. O xarope pode ser guardado até 15 dias no frigorífico, mas se forem observados sinais de fermentação, deve-se deitar fora. Obriviamente, os xaropes, devido à grande quantidade de açucar não devem ser usados por diabéticos.
Dosagem:
Menor de 1 ano de idade -> uma colher de café 3 vezes ao dia
De 1 aos 2 anos -> 1/2 chávena de chá 2 vezes por dia
Dos 2 aos 5 anos -> 1/2 chávena de chá 3 vezes ao dia
Dos 5 aos 10 anos -> 1/2 chávena de chá 4 vezes ao dia
Dos 10 aos 15 anos -> 1 chávena de chá 3 vezes ao dia
Adultos -> 1 chávena de chá 4 vezes ao dia

Horários para tomar chás e preparados:
Os chás ou preparados para despertar o apetite, tomam-se meia hora antes da refeição.
Os chás ou preparados digestivos, calmantes e para a vesícula tomam-se após a refeição.
Os outros chás, tome-os, segundo a orientação de um profissional ou segundo a orientação de um livro de fitoterapia.
OBS: Os chás ou preparados com outras finalidades tomam-se entre as refeições.